Descubra Januária

Depois de ser parte do percurso da primeira edição do Sertões (1993), Januária está de volta ao roteiro do maior rally das Américas. Localizada a 603 quilômetros de Belo Horizonte, a cidade é hoje uma das principais do Norte de Minas. Com população estimada em 65 mil habitantes, foi fundada em 1860 a partir da povoação de Brejo do Amparo, na margem esquerda do Rio São Francisco.

Há pelo menos três versões para explicar seu nome. Uma delas, a alusão ao influente fazendeiro Januário Cardoso de Almeida, que possuía terras na região. Outra, uma homenagem à Princesa Januária, irmã do imperador Dom Pedro II. Ou à escrava Januária que, liberta, se estabeleceu no local, com uma estalagem que se tornou ponto de encontro entre barqueiros e tropeiros.

Na bacia do Rio Pandeiros, Januária conta com a única área de pântano registrada em Minas Gerais, berçário de peixes para o Velho Chico. Além disso, é sede de um sítio de grande valor arqueológico: o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, com variadas inscrições de arte rupestre pré-histórica.

Como chegar

O Aeroporto Mário Ribeiro (MOC), de Montes Claros, a 147 km de Januária, é a principal ligação aérea regular com o restante do país. A BR-135 é o acesso rodoviário à capital mineira, enquanto a BR-479 conecta a cidade a Brasília (520km).

Onde ficar

Januária oferece opções de hoteis e pousadas tanto na região central quanto na zona rural – algumas próximas a atrações como o Parque Cavernas do Peruaçu. Outra possibilidade é o aluguel de sítios por temporada. Confira sugestões AQUI.

O que comer

A culinária típica de Januária une os peixes do Velho Chico (Surubim e Dourado) a elementos da cozinha típica mineira (tropeiro, galinha ao molho pardo) e, especialmente, às tradições da região. Casos da carne de sol e dos pratos que levam o pequi como ingrediente. As frutas do Cerrado e da Caatinga também estão presentes, in natura ou sob a forma de doces, sucos e licores. A cidade é conhecida ainda por produzir algumas das melhores cachaças do país – são mais de 30 engenhos em seu entorno.

O que fazer

Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Criado em 1999 e administrado pelo ICMBio, o parque conta com área total de 56.448 hectares e se estende também pelos municípios de Itacarambi e São João das Missões. Cavernas como as do Janelão, do Arco do André, Gruta Bonita, Gruta do Desenho e Gruta do Índio impressionam por seus paredões, formações rochosas e inscrições de arte rupestre. No Janelão está a maior estalactite conhecida do mundo, a Perna da Bailarina. Além disso, a área apresenta riqueza de espécies vegetais e animais (algumas delas ameaçadas de extinção). Recomenda-se mais de um dia de visita para conhecer as principais belezas da região – os passeios ocorrem obrigatoriamente com a supervisão de condutores ambientais credenciados. Os agendamentos prévios podem ser feitos pelo e-mail [email protected]

Mercado Municipal

Peixes, carne de sol, pequi, farinha, rapadura, cachaças, temperos, doces e frutas típicas. O Mercado Municipal oferece uma viagem pelos cheiros e sabores da região. Além disso, é possível encontrar diversos produtos do artesanato local, de origem indígena.

Brejo do Amparo

No hoje distrito que originou a cidade está a Igreja da Nossa Senhora do Rosário, construída em 1688 em um quilombo orientado pelos Jesuítas e importante memória do Barroco Mineiro. Na região também se concentra a maior parte dos engenhos de cana que produzem a apreciada cachaça de Januária. E é possível visitar ainda a Gruta dos Anjos, rica em quantidades e variedades de formações espeleológicas.

Praia de Minas

O baixo volume de chuvas nos meses centrais do ano proporciona o aparecimento de praias fluviais no São Francisco que se tornam atração para a população local e para os turistas e são carinhosamente conhecidas como a “Praia de Minas”.