Representação brasileira de respeito no Dakar 2025 (3 a 17 de janeiro), que mais uma vez abre o Mundial de Rally Raid (W2RC). Se a quantidade não é a mesma das edições mais recentes, a qualidade dessa verdadeira seleção é indiscutível, o que traz novamente a expectativa de ótimos resultados nos desertos da Arábia Saudita. O percurso desenhado pela organizadora A.S.O promete ser um dos mais exigentes da história, com 7.805 quilômetros, dos quais 5.209 cronometrados.

Em comum entre os pilotos e navegadores verde e amarelos está o currículo repleto de conquistas e resultados de destaque no Sertões. Caso de Lucas Moraes, que participa pela terceira vez do Dakar após conquistar o tri do maior rally das Américas, que na 32ª edição largou e terminou em Brasília.

Ao lado do navegador espanhol Armand Monleon, o paulista comandará a versão mais recente (Evo) da Toyota GR Hilux DKR T1+ da equipe da marca japonesa (Toyota Gazoo Racing). Terceiro em sua estreia no Dakar (2023), Lucas Moraes venceu uma etapa este ano, mas viu o sonho de mais um pódio comprometido por um problema mecânico na reta final da prova. Ao longo da temporada, conquistou etapas também no Rally Raid Portugal e no Ruta 40 (Argentina), para fechar o Mundial em terceiro na categoria Ultimate e ajudar a fabricante a conquistar o título de Construtores.

Depois de se destacar em 2024 com duas vitórias de etapa e a sétima posição final na classe Challenger dos UTVs, Marcelo Gastaldi está de volta aos carros. O paulista radicado no Amazonas comandará o mesmo Century CR7 T1+ com que chegou ao vice-campeonato do Sertões BRB – no ano anterior venceu a prova com o CR6, de tração 4×2.

A novidade está no banco da direita do protótipo sul-africano. Bicampeão do Sertões BRB nas motos, o francês Adrien Metge será o navegador da dupla, experiência que, para ele, não é novidade no Dakar. A mudança foi determinada pela ida de Cadu Sachs para o Red Bull Off-Road Junior Team, o programa de talentos da marca de energéticos. Ele navegará para o português Gonçalo Guerreiro em um UTV Taurus T3 Max na Challenger.

Retorno

A única dupla 100% brasileira no Dakar 2025 marcará um retorno de respeito. Por mais de duas décadas responsável pela organização do Sertões (que deixou em 2019), Marcos Ermírio de Moraes, o MEM, comandará, assim como o filho, Lucas Moraes, uma Toyota GR Hilux DKR T1+. Mesma máquina com que fechou o Sertões BRB 2024 na terceira posição. Ele havia disputado o Dakar de 2000 como navegador, a bordo de um Troller T5.

A seu lado, um nome que esbanja experiência no Dakar: Maykel Justo. O paulista de Taubaté disputou a prova em sua fase africana nos caminhões, como parceiro de André Azevedo. Também andou com Rodrigo Luppi, nos UTVs.

Roteiro

O roteiro do Dakar 2025 começará em Bisha, no sudoeste da Arábia Saudita. A região receberá o prólogo (no dia 3) e duas etapas em laço. Uma delas, a “etapa de 48 horas”, com dois dias de duração. Ao fim do primeiro deles, os competidores se dirigem ao acampamento mais próximo, onde passam a noite para que, na manhã seguinte, o cronômetro seja disparado novamente.

Depois de passar por Al Henakiyah, Al Ula (que recebe as etapas Maratona); Hail, onde haverá o dia de descanso, Riyadh e Haradh, a caravana seguirá para a região do Empty Quarter (quarteirão vazio) e suas imensidões desérticas. Shubaytah receberá as duas últimas etapas, em laço, e consagrará os vencedores.