Uma das marcas de tradição nos primeiros anos das provas de rally raid está de volta ao esporte a partir do ano que vem, e desta vez de forma oficial. A Land Rover detalhou nesta quarta-feira (7) seus planos para a modalidade, com as primeiras imagens do modelo de competição em testes no Deserto do Saara e a confirmação de seus dois primeiros pilotos.

Um deles dispensa apresentações: recordista de vitórias no Dakar, com 14 conquistas entre motos e carros, e duas vezes vencedor do Sertões (2012 e 2013), Stephane Peterhansel comandará um dos Land Rover Defender D7X-R inscritos na categoria Stock (antiga T2), para veículos de produção. Aos 59 anos, o francês encara um desafio diferente, já que não lutará pela vitória geral. O objetivo é levar a máquina britânica ao alto do pódio de sua classe no Dakar e no Mundial de Rally Raid (W2RC).

“Apesar de tanta experiência no Dakar, estou ansioso por essa nova experiência. Fizemos ótimos testes no Marrocos e nossa preparação começou de forma bastante positiva”, destacou.

O lituano Rokas Baciuska é o outro nome confirmado pela Land Rover, que promete alinhar três Defender no Dakar. Com 25 anos e ex-piloto de fábrica da Can-Am nos UTVs, foi campeão mundial na T4 (UTVs de série) em 2022. “O Defender é um modelo lendário e é uma honra comandá-lo em sua estreia no Mundial, o que certamente será um momento histórico para o esporte”.

A chegada da Land Rover é um incentivo a mais para o crescimento da categoria Stock, que perdeu espaço no Mundial para a T1+ (protótipos 4×4) e as divisões T3 e T4 dos UTVs. Atualmente, apenas a Toyota compete de forma constante com seu Land Cruiser. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a A.S.O, promotora do W2RC, fizeram ajustes no regulamento para aumentar o desempenho dos modelos da Stock e favorecer o aumento do número de participantes.

Defender

O Defender D7X-R é baseado nas configurações 110/130 do atual modelo, lançado em 2020. Inspirado nas formas da versão original, ele traz uma proposta totalmente diferente do antecessor, apresentado na Grã-Bretanha em 1948 como um 4×4 robusto e de manutenção simples para o período do pós-guerra, e que se tornou um ícone para os fãs do off-road. Atualmente, é oferecido como uma opção premium, com bastante tecnologia embarcada. Nos ralis, será empurrado por um motor V8 biturbo de 4.4 l.

A primeira geração do Defender (produzida até 2016, inclusive no Brasil) fez história também no Sertões. Em 1996, primeiro ano de disputa dos carros, Luciano Braga da Cunha levou um exemplar na versão picape à segunda posição geral. Nos anos seguintes, os valentes 4×4 britânicos seguiram no grid, com várias presenças no top-10.