TBT Sertões: pódios e título foram trampolim para piloto mineiro

Mais uma quinta-feira e, com ela, a oportunidade de lembrar de momentos marcantes das mais de três décadas do Sertões, inicialmente com o rally, e mais recentemente com suas duas outras verticais: o Mountain Bike e o Kitesurf.

O TBT Sertões dessa semana vem da poeira e mostra que, se atualmente o Brasil se destaca no cenário internacional do Rally Raid com diferentes pilotos e navegadores, não é de hoje que o maior rally das Américas serve como escola e oferece projeção a seus principais nomes. Um ótimo exemplo é o de Felipe Zanol.

O mineiro começou a pilotar motos no fim dos anos 1990, mirando-se no exemplo do pai, o saudoso Jacy Zanol (conhecido como Véio). A única visita do Mundial de Enduro ao país (1997, em Nova Lima) o colocou em contato pela primeira vez, como espectador, com os grandes nomes do off-road. Naquela época ele não poderia imaginar que, anos depois, se tornaria também uma referência no esporte.

Formado na escola do Enduro de Regularidade (importante para dominar a navegação); dono de títulos brasileiros e portugueses de Enduro (velocidade), Zanol viu, no rally, um passo natural para a carreira.

O piloto de Belo Horizonte estreou no Sertões em 2010, uma edição válida pela Copa do Mundo FIM de Rally. E foi superado apenas pelo espanhol Marc Coma, por uma diferença de 18 minutos que não refletia a disparidade do equipamento. Em 2011, mais um segundo lugar, a apenas 4 minutos do francês Cyril Després, um dos monstros sagrados da modalidade. “Minha moto era praticamente original contra os modelos oficiais. Ali tive a certeza de que podia andar com os melhores”.

Os resultados o levaram a encarar o Dakar de 2012, ainda em sua fase sul-americana. A participação inédita foi concluída com um ótimo 10° lugar na classificação geral. Meses depois, Zanol venceu o Sertões, superando os também mineiros Dário Júlio e Nielsen Bueno. E ganhou a chance de integrar o time oficial da Honda (HRC), um dos mais fortes da modalidade, como aposta para a temporada 2013.

Um forte acidente durante treinos de preparação o impediu de seguir pilotando. Após uma longa recuperação, Zanol passou a atuar como chefe de equipe no Enduro, transmitindo toda a sua experiência e ganhando ainda mais respeito no motociclismo. “É muito bacana ser reconhecido por pilotos que eram referência inclusive para mim. Foi uma trajetória de muito trabalho, mas da qual só posso me orgulhar”, destaca.